A gestante sofre uma série de modificações em seu organismo durante a gestação. Por isso, é importante conhecer as alterações presentes durante esse período. Desse modo, distúrbios como o abdome agudo podem ser diagnosticados.

Apesar dos avanços tecnológicos, essa condição permanece entre os mais desafiadores dilemas diagnósticos e terapêuticos. Atualmente, o fator que mais afeta a morbimortalidade da gestante com abdome agudo é o diagnóstico tardio. Confira mais sobre este assunto, a seguir.

O que é abdome agudo?

O abdome agudo é uma condição clínica grave que se manifesta por meio de sinais e sintomas indicativos de doença abdominal aguda. A condição é indicada como um dos mais importantes problemas médicos devido a sua alta incidência, dificuldades diagnósticas e necessidade de terapêutica precoce.

A dor abdominal aguda é comum em mulheres. Desse modo, ginecologistas e obstetras são consultados frequentemente para investigar e determinar a origem da dor. A preservação da capacidade reprodutiva e da função hormonal é considerada uma importante questão para a abordagem cirúrgica de mulheres com abdome agudo.

Em mulheres em idade fértil com dor abdominal, a gravidez deve ser excluída. O manejo da gestante com abdome agudo, as alterações anatômicas e fisiológicas específicas da gravidez, a possibilidade de complicações obstétricas e a presença do feto representam desafios adicionais.

Classificação

O abdome agudo é uma condição que apresenta diferentes transtornos como causa. Localizar a dor contribui para classificar a condição, visto que indica possíveis órgãos acometidos. Além disso, classifica-se o abdome agudo segundo a natureza do processo patológico.

Como é o diagnóstico do abdome agudo na mulher gestante?

Para o diagnóstico do abdome agudo na gestante, solicita-se exames propedêuticos de acordo com exame clínico minucioso e a necessidade de esclarecimento. A radiação ionizante é um possível risco teratogênico para o feto.

Ou seja, que pode causar malformações congênitas ou anormalidades em seu desenvolvimento. Dessa forma, o exame é determinado pela idade gestacional, tipo de exame, proximidade do útero e uso de proteção abdominal.

Durante o período gestacional, abortamento espontâneo, restrições de crescimento, distúrbios neurológicos e malformações são efeitos possíveis da radiação ionizante. Contudo, não são contraindicados exames radiológicos para diagnóstico em gestante com abdome agudo.

Isso porque, não promovem exposição fetal considerável. Ainda assim, caso sejam necessários diversos exames de imagem, considera-se o uso de métodos não associados à radiação ionizante, como a ultrassonografia, por exemplo.

Como é o tratamento do abdome agudo na gestação?

O tratamento por meio de laparoscopia apresenta a mesma indicação e benefício para abdome agudo em gestantes e não-gestantes. Essa cirurgia tem sido considerada segura, e pode ser feita em qualquer trimestre da gravidez, representando morbidade mínima para o feto e a mulher.

Conforme a Sociedade Americana de Cirurgiões Gastrointestinais e Endoscopistas (SAGES), outras medidas realizadas durante o tratamento para o abdome agudo na gestante por meio de laparoscopia, são:

Posicionamento da gestante em decúbito lateral esquerdo para minimizar a compressão da veia cava e da aorta;
Insuflação de 10 a 15mmHg de CO, utilizada com segurança;
Monitorização intraoperatória de CO2 pela capnografia;
Utilização de dispositivos de compressão no intra e pós-operatório;
Deambulação precoce para profilaxia de trombose venosa profunda;
Monitorização cardíaca fetal deve ocorrer no pré e pós-operatório.

Como forma de equilibrar os benefícios do controle da dor e estresse cirúrgico, a administração de anestésicos por períodos prolongados e repetitivos deve ser evitada. Desse modo, caso seja utilizada a anestesia geral, a pré-oxigenação é recomendada. Além disso, devem ser feitas avaliação de glicemia durante o procedimento, administração de fluídos endovenosos, manutenção da pressão arterial materna e técnicas que diminuam a exposição à substância.

O abdome agudo em gestante apresenta grande desafio para diagnóstico e tratamento precoce, visto que os sinais e sintomas podem ser confundidos com alterações comuns da gravidez. Por isso, é fundamental que a mulher realize acompanhamento pré-natal. Dessa forma, é possível conhecer melhor as mudanças esperadas durante a gestação e buscar atendimento médico precocemente ao notar alterações que podem evoluir rapidamente para um quadro grave.

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