Outubro Rosa: Quais os fatores de risco para o câncer de mama
Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a possibilidade de uma mulher desenvolver câncer de mama é de 12,5%. Entre os principais fatores de risco para a doença estão fatores hormonais, genéticos e ambientais.
Considerando que um em cada três casos de câncer de mama pode ser curado quando descoberto no início, as campanhas realizadas no Outubro Rosa são fundamentais para levar informações até as mulheres. Afinal, o diagnóstico tardio muitas vezes ocorre devido à desinformação. Veja a seguir quais são os fatores de risco para o câncer de mama.
A incidência do câncer de mama no Brasil
O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais comum em mulheres, com exceção do câncer de pele não melanoma. Ainda que a doença possa ser tratada geralmente, o câncer de mama ainda é a quarta causa geral de morte.
Conforme o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa é que a cada ano surjam mais de 57 mil novos casos de câncer no Brasil. A região sudeste é onde a doença é mais incidente, apresentando risco de 68 novos casos por 100 mil mulheres.
Fatores de risco
O principal fator de risco para o câncer de mama é o gênero, sendo a patologia 100 vezes mais frequente em mulheres que em homens. Contudo, outros fatores também estão relacionados com o surgimento da doença.
Idade
A idade também é reconhecida como um dos principais parâmetros para definir o risco de uma paciente. Isso porque, o câncer de mama é raro em mulheres abaixo dos 20 anos e incomum até os 30 anos. Com o aumento gradativo da idade a partir dessa faixa etária, eleva-se o risco para desenvolver a doença, principalmente entre 50 e 70 anos.
Histórico familiar
Apenas 10% dos casos de câncer de mama estão ligados à hereditariedade. Somente 25% ocorre em pacientes com histórico familiar positivo. O risco é aumentado para mulheres que tenham familiares de primeiro grau com caso antecedente de câncer de mama, ou seja, mãe, irmã ou filha. O risco eleva-se de forma significativa quando o familiar apresenta câncer bilateral em período pré-menopausa.
Lesões anteriores
Outro dos fatores de risco para o câncer de mama é a presença de lesões anteriores. Mulheres com histórico pessoal de tumor palpável de mama apresentam risco de 50% de desenvolver tumores microscópicos. Da mesma forma, histórico prévio de câncer de ovário ou cólon também apresenta maior risco.
Fatores hormonais
Diante dos fatores hormonais, mulheres que tiveram menarca precoce, antes dos 8 anos, e menopausa precoce, antes de 55 anos, têm risco elevado para o câncer. Além disso, também podem apresentar maior risco mulheres com primeira gravidez após os 30 anos, com uso prolongado de contraceptivos orais, que fizeram reposição hormonal, especialmente por mais de 5 anos, e que não tenham amamentado.
Fatores ambientais
Os fatores ambientais são aqueles que podem ser controlados e alterados, melhorando as chances para prevenção do câncer de mama. Evidências reforçam a relação entre o aumento do risco para a doença e o consumo de álcool, obesidade e tabagismo.
Álcool
Estudos afirmam que para cada 10g/dia de aumento na ingesta diária de álcool, há aumento de 9% no risco para a doença. Dessa forma, a redução no consumo diário de álcool pode ser um dos poucos mecanismos ativos para reduzir a incidência do câncer de mama.
Obesidade
A gordura corporal afeta diretamente os níveis de diversos hormônios no organismo, como insulina. Desse modo, pode criar um ambiente favorável para a carcinogênese, além de estimular a resposta inflamatória.
Tabagismo
O tabagismo é considerado um modesto fator de risco de câncer de mama, no entanto, de forma controversa. Um estudo apontou redução do risco devido ao efeito produzido pelo tabaco ao diminuir os níveis estrogênicos e também a possibilidade de antecipação da idade da menopausa.
Contudo, outros estudos prospectivos sugerem associação positiva entre exposição aos produtos do tabaco e câncer de mama. A avaliação desses estudos é dificultada diante do viés de consumo de álcool, fator de risco estabelecido para a doença, visto que 50% das mulheres tabagistas também consomem álcool. Entretanto, um estudo recente apontou que tabagistas que não faziam consumo de álcool também apresentavam risco aumentado para o câncer de mama.
Fatores genéticos
Os fatores genéticos também estão envolvidos com o aumento do risco para o câncer de mama. Cerca de 25% dos casos são diagnosticados antes dos 30 anos. O motivo genético ocorre da seguinte forma: o gene BRCA1, presente no cromossomo 17, é responsável por codificar uma proteína que tem como função a supressão tumoral. Uma mutação ocorre em seus alelos, resulta na perda ou diminuição dessa função, elevando o risco para o desenvolvimento do câncer de mama.
Após conhecer os principais fatores de risco para o câncer de mama, é importante entender que, geralmente, a doença pode ser tratada e curada, especialmente quando identificada de forma precoce. Para isso, é fundamental manter os exames de rotina, como a mamografia.
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