Conforme o Ministério da Saúde, a incontinência urinária compromete a vida de 11,8% dos homens e 16,2% das mulheres na população idosa. Contudo, a incontinência urinária não atinge somente pessoas na terceira idade.

Essa condição pode ocorrer por diferentes fatores também em indivíduos jovens, na maioria das vezes em mulheres. A seguir, conheça mais sobre a bexiga hiperativa, uma das causas de incontinência urinária.

Incontinência urinária causada pela bexiga hiperativa

A incontinência urinária por bexiga hiperativa é considerado um distúrbio funcional. Essa síndrome clínica é caracterizada por queixa de urgência e frequência para urinar, além de noctúria (vontade de urinar várias vezes durante a noite).

Na bexiga hiperativa ocorre contrações não inibidas do músculo da bexiga associadas à sensação de urgência para urinar. A hiperatividade do músculo pode ser de causa desconhecida ou neurológica.

Em 90% dos casos de incontinência urinária por bexiga hiperativa não se encontra a patologia responsável ou causa primária. Existem diversas teorias e as pesquisas na área. Contudo, até o momento não foi possível esclarecer sua verdadeira causa.

Sintomas

A incontinência urinária é caracterizada por qualquer perda involuntária de urina. Essa perda pode ocorrer por esforço, durante exercícios, tosse, espirro, ou mais. Por isso, é chamada de incontinência urinária por esforço.

Outro sintoma é a incontinência por urgência miccional. Ela está associada a perda involuntária de urina associada ou precedida por urgência. O indivíduo também pode apresentar incontinência urinária mista, ou seja, quando há perda involuntária de urina associada à urgência e a esforço ou exercício.

A frequência urinária diurna aumentada ocorre quando a pessoa vai ao banheiro urinar com mais frequência que outros, ou que antes. A perda involuntária de urina é chamada de enurese. Por sua vez, a urgência urinária é a vontade de urinar que não pode ser adiada.

A perda contínua de urina pode ser chamada de incontinência urinária contínua. A bexiga hiperativa, como visto acima, é uma síndrome de urgência urinária associada a incontinência, com frequente noctúria e ausência de patologias de base.

Medidas para tratar a bexiga hiperativa

Ainda que sua causa seja geralmente desconhecida, a bexiga hiperativa pode ser tratada de forma clínica, por meio de medicamentos, técnicas comportamentais ou ainda uma associação entre elas. Os índices de sucesso variam entre 40% a 80%.

A literatura destaca a importância desses tratamentos para o tratamento da bexiga hiperativa associados à orientação dos pacientes. Veja as orientações feitas como forma de medidas para tratar a incontinência urinária por bexiga hiperativa.

Combate à obesidade

A obesidade é um fator de risco independente para a incontinência urinária. A perda de peso, além de melhorar outras comorbidades, pode diminuir a incidência de incontinência urinária, não só causada por bexiga hiperativa.

Controle de ingestão hídrica e diminuição da cafeína

A diminuição da ingestão hídrica melhora a frequência de episódios de incontinência urinária, A restrição hídrica de 25%, desde que a ingestão não seja menor que 1.000mL, mostra-se uma vantajosa arma terapêutica. Por sua vez, a cafeína é uma substância que tem demonstrado exacerbar os sintomas. Desse modo, a redução da ingestão de cafeína pode ser recomendado.

Controle da constipação intestinal

A constipação intestinal é uma disfunção que pode ser fator de risco para incontinência pelo esforço evacuatório crônico. No entanto, mais estudos são necessários para elucidar o real impacto do esforço evacuatório crônico na incontinência urinária.

Retreinamento vesical

Essa medida também é denominada como micção em hora marcada. Consiste na orientação do indivíduo sobre a necessidade de urinar em horários rígidos. É um dos tratamentos efetivos da bexiga hiperativa.

Cinesioterapia e eletroestimulação

Outra medida que pode ser associada ao tratamento é a realização da cinesioterapia e eletroestimulação. A cinesioterapia consiste em exercícios orientados por um profissional para a musculatura abdominal e assoalho pélvico. Já a eletroestimulação é feita a partir do uso de aparelho que realiza contrações isométricas.

Medicamentos

Podem ser usados vários medicamentos como anti-colinérgicos, agonistas alfa-adrenérgicos, antidepressivo tricíclicos e até toxina botulínica.

A incontinência urinária pode ter diferentes causas. Diferente da bexiga hiperativa, alguns quadros pode exigir que o tratamento seja feito por técnica cirúrgica. Desse modo, é fundamental procurar um especialista ao perceber a perda involuntária de urina.

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