XVI CMGO – 2º Dia

Foto: Dione Petterson

A videoconferência “AAS: quando indicar no ciclo pré e per gravídico?”, com o médico Daniel Lorber Rolnik, nesta quinta-feira (16/5), marcou o início das palestras com convidados internacionais do 16º Congresso Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia (CMGO). O evento segue até este sábado (18/5) em Belo Horizonte, no Centro de Convenções da Associação Médica de Minas Gerais.

Daniel Rolnik tem especialização em Ginecologia e Obstetrícia e mestrado pela USP, especialização em Medicina Fetal e phD pela Fetal Medicine Foundation/King’s College Hospital. É mestre em Saúde Pública e Epidemiologia pela Harvard University, assistente em Medicina Materno-Fetal e diretor do Centro de Cuidados Perinatais (Monash University).

Na conferência, presidida pelo diretor de Relações Institucionais da SOGIMIG, Gabriel Costa Ozanan, Daniel Rolnik mostrou alguns estudos sobre o uso de aspirina desde a década de 1980. “A ideia de utilizar este medicamento foi baseada no fato de que a aspirina é um fator antiplaquetário e que reduz a produção de tromboxano, que está aumentado em pacientes que desenvolvem pré-eclâmpsia”, explicou.

O primeiro estudo randomizado foi publicado em 1985, desenvolvido por um grupo de obstetras e nefrologistas franceses. “Este estudo sugeriu, pela primeira vez, que a aspirina talvez seja útil para prevenir insuficiência placentária e complicações na gravidez relacionadas à placenta”, afirmou.

Foto: Dione Petterson

Nas décadas seguintes, houve outros estudos analisando a ação da aspirina na prevenção da pré-eclâmpsia. Segundo Rolnik, a inconsistência na literatura motivou a realização de um novo estudo randomizado, usando rastreamento combinado entre 11 e 14 semanas, considerando história clínica materna, pressão arterial média e ultrassom, para identificar pacientes de alto risco.

Todas as mulheres com risco acima de 1 para 100 foram convidadas a utilizar aspirina (150mg), começando no primeiro ultrassom do primeiro trimestre e parando com 36 semanas. Conhecido como ASPRE, este estudo internacional envolveu 13 centros europeus e “praticamente respondeu esta questão de uma vez por todas”, nas palavras de Rolnik.

“O grupo que tomou aspirina teve redução de 62% de parto prematuro com pré-eclâmpsia. E, de forma interessante, quanto mais precoce a pré-eclâmpsia e o parto, mais forte é o efeito protetor da aspirina. Houve cerca de 90% de redução em parto abaixo de 32 semanas com pré-eclâmpsia”, explicou.

De acordo com Rolnik, o parto prematuro é uma das principais causas de morte. “Reduzir parto prematuro gera consequências econômicas importantes para a nossa sociedade”, completou.

Foto: Dione Petterson

Visão Internacional

O CMGO segue até este sábado (18/5) no Centro de Convenções da Associação Médica, em Belo Horizonte, e a programação ainda conta com duas palestrantes internacionais.

Nesta sexta-feira (17/5), Ana Bianchi (Uruguai) irá palestrar sobre o impacto das novas tecnologias em ultrassonografia na ginecologia e obstetrícia.

Já no sábado, Natália Fernández Peri (Argentina) participará do Up Date com a palestra “Replanteando el objetivo de la medicina reprodutiva”.

Confira outros destaques do segundo dia do CMGO:

Cirurgias ginecológicas: perspectivas atuais
Moderada por Helena Rabelo Castro Meira, a mesa-redonda contou com a participação de Lucas Giarolla Gonçalves de Matos, Renato Moretti Marques, Walquíria Quida Salles Pereira Primo e Sálua Oliveira Calil de Paula.

Abordagem da paciente no climatério
Os palestrantes foram Márcio Alexandre Hipólito Rodrigues, Luciano de Melo Pompei, Gisele Vissoci Marquini e José Maria Soares Junior. A mesa-redonda foi moderadora por Daniela Cristina Machado Tameirão, e a debatedora foi Lúcia Helena Simões da Costa Paiva.

O impacto do diagnóstico câncer na vida da mulher
Agnaldo Lopes da Silva Filho abordou o tema em conferência presidida por Mariana Seabra Leite Praça.

Ginecologia 4.0
Esta mesa-redonda, com os palestrantes Moretti Marques, Cezar Antônio Abreu de Souza, Liv Braga de Paula e Thaís França de Araújo, foi moderada por Anderson de Souza Bruno. Luciano Fernandes Loures promoveu o debate.

Multitemas
Esta mesa-redonda abordou ginecologia integrativa, DMG plus obesidade, congestão pélvica e gestão de risco na gravidez. As palestrantes Mariana Seabra Leite Praça, Carolina Carvalho Mocarzel, Rita de Cássia Barbosa Tavares dos Santos e Juliana Silva Barra foram acompanhadas por Luiza Liboreiro Motta Ferrari e Eduardo Cunha da Fonseca.

Prematuridade
Conrado Milani Coutinho, Zilma Silveira Nogueira Reis, Beatriz Amélia Monteiro de Andrade e Rodolfo de Carvalho Pacagnella palestraram sobre o tema em mesa-redonda moderada por Carolina Soares Barros de Melo. A debatedora foi Maria Paula Moraes Vasconcelos.

Medicina fetal no dia a dia
Fábio Peralta, Regina Amélia Lopes Pessoa de Aguiar, Alberto Borges Peixoto e Maria Tereza Maia Penido Rebello fizeram a palestra, que teve a participação de Fabio Batistuta de Mesquita e Daniela Guimarães Silva.

SLINDA®: Inovação na contracepção hormonal livre de riscos
O simpósio satélite Exeltis foi conduzido pela palestrante Carolina Sales Vieira.

Obstetrícia 4.0
Mesa-redonda moderada por Marina Neves de Almeida Gomes e com Lara Rodrigues Félix como debatedora. Os palestrantes foram Fábio Peralta, Rodolfo de Carvalho Pacagnella, Marianna Amaral Pedroso e Carolina Carvalho Mocarzel.

Casos desafiadores na residência médica
Eduardo Batista Cândido promoveu o debate, que envolveu casos das residências do HC (UFMG/EBSERH), do Hospital Nossa Senhora das Graças (Sete Lagoas) e da Santa Casa de Belo Horizonte e Passos. Participantes: Isabela Paim Safar e Rosângela Lopes Miranda Rodrigues, Vinícius Gustavo de Carvalho Moura, Cristiane de Moura, Patrícia Jorge Schwenck de Carvalho e Marília Torres Miranda.

Atualidades e Inovações em Fertilização In Vitro (FIV)
No simpósio Huntington Pró-Criar, tema foi abordado por João Pedro Junqueira Caetano.

Clique aqui para saber como foi o primeiro dia do congresso.