A restrição de crescimento intraútero (RCIU) fetal, antes chamada de crescimento intra-uterino restrito (CIUR) é uma condição na qual o feto não alcança o crescimento potencial que seria esperado pelo seu potencial genético e nutricional. Atinge cerca de 10% das gestações e podem levar a repercussões na gestação, parto e período pós-natal.

Os fetos que estão baixo do percentil 10 de peso são chamados de pequenos para a idade gestacional (PIG). Destes, 75% são os PIG constitucionais, ou seja, pequenos devido à herança genética e não apresentam nenhum potencial de complicações. Os 25% restantes apresentam a restrição de crescimento intraútero (RCIU) que pode ser causada por alterações genéticas ou insuficiência placentária.

A restrição de crescimento intraútero (RCIU) pode ser precoce (antes de 32 semanas de gestação) ou tardia (após 32 semanas de gestação).

Os fatores de risco maternos são: alimentação inadequada, desnutrição, estresse, depressão, gestação em menores de 20 anos, uso de álcool, drogas ilícitas, tabagismo, hipertensão arterial, cardiopatias, anemia, diabete, lúpus e alterações placentárias.

O diagnóstico é realizado pelo ultrassom que permite a medida precisa do peso fetal bem como alterações de líquido amniótico e placenta. O uso do Doppler associado ao ultrassom permite a avaliação do fluxo sanguíneo placentário, fetal e do cérebro fetal.

Após o diagnóstico deve-se atuar nos fatores de risco existentes, especialmente na cessação do tabagismo que é muito importante.

O acompanhamento com ultrassom e Doppler deve ser periódico e com intervalos menores à medida que ocorre o agravamento do quadro.

A resolução da gestação deve pesar o agravamento do quadro versus as sequelas da prematuridade. No caso de prematuros, a maturação pulmonar com corticoides, neuro proteção e reserva de vaga em UTI pediátrica são fundamentais. Nos casos de menor comprometimento fetal o parto pode ser vaginal desde que com a adequada monitorização da vitalidade fetal. Se houver maior comprometimento fetal e/ou alterações de vitalidade fetal opta-se pelo parto cesárea.

Reforçamos aqui a necessidade de um bom controle pré-natal com o seu obstetra para o diagnóstico e seguimento dos fetos com restrição de crescimento intraútero (RCIU).