Desafios da paternidade tardia
Segundo especialista, a paternidade a partir dos 45 anos aumenta os riscos à saúde do filho
As dificuldades do mercado de trabalho, o investimento cada vez maior nos estudos e a necessidade de uma segurança econômica estão mudando o perfil reprodutivo do homem. Segundo dados do IBGE, 19% dos homens com idade entre 15 e 29 anos são pais. O percentual sobe para 68,9% na faixa de 30 a 39 e para 91,4% no caso de 60 anos ou mais. Diante desse cenário, médicos alertam que a decisão de adiar a paternidade, fruto de uma necessidade social, pode ocasionar problemas durante a gestação e para o bebê.
Do ponto de vista fisiológico, ao contrário das mulheres, que nascem com todos os óvulos prontos, que são liberados a partir da puberdade em cada ciclo menstrual, os homens produzem espermatozoides ao longo da vida. Porém, a qualidade começa a diminuir a partir dos 45 anos, reduzindo a chance de gravidez e aumentando a possibilidade de doenças nos filhos.
Para a médica membro da diretoria da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (SOGIMIG) e especialista em reprodução humana, Laura Maia, hábitos de vida saudáveis reduzem as chances de problemas durante o ciclo gestacional. Além disso, a médica afirma que, para casais que desejam ter filhos mais tardiamente e que encontram dificuldade para conceber espontaneamente devido a idade, uma alternativa é a utilização de gametas mais jovens, por meio de bancos de óvulos e de sêmen: “Essa possibilidade de tratamento pode aumentar as chances de êxito em alcançar a gravidez e reduzir o risco de malformações para o bebê”.
SOBRE A SOGIMIG
A Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais é uma entidade filiada à Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Possui cerca de 2.000 associados e trabalha para a atualização científica e para a defesa e a valorização dos profissionais da área.