Entenda o que é depressão pós-parto
A condição atinge 25% das mulheres até 12 meses após o parto.
A chegada de um bebê é aguardada com ansiedade e celebrada por mães e toda a família. Mas no puerpério, período pós-parto em que a mãe passa por diversas transformações físicas e psicológicas, uma condição silenciosa pode ofuscar o brilho desse momento. A depressão pós-parto acomete 25% das mulheres até o 12º mês após o nascimento do bebê, segundo pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Por meio de uma condição psíquica atípica, a mulher poderá ter um estado de humor deprimido persistente, perda de interesse ou prazer em atividades geralmente prazerosas (anedonia), além de distúrbios alimentares e de sono, agitação ou retardo psicomotor, fatigabilidade, sentimento de culpa ou inutilidade e, em casos mais graves, pensamento recorrentes de morte (medo de morrer ou suicídio).
A presidente da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig), Inessa Beraldo, ressalta que fatores ambientais e sociais como ansiedade, gravidez não desejada ou não programada, violência doméstica e histórico de depressão na família têm influência no desenvolvimento do quadro.
“O período pós-parto é repleto de novidades para a mãe, ainda mais se for de primeira viagem. Nesse caso, ter uma rede de apoio, composta por amigos e familiares, é extremamente importante para a adaptação ao novo momento de vida. Mas, caso a mulher puérpera ou sua rede de apoio identifique algo estranho no comportamento, é hora de buscar ajuda médica, por meio de uma abordagem multiprofissional composta por psicossocial, obstetra, psiquiatra e clínico”, destacou Inessa.
A médica ainda destaca que é importante refletir sobre duas perguntas básicas:
- Ao longo das últimas semanas, você se incomodou por se sentir deprimida ou sem esperança?
- Ao longo das últimas semanas, você se sentiu incomodada por ter pouco interesse ou prazer em fazer as coisas?
Apesar de ser uma condição séria e que pode afetar não somente a mulher, mas também o bebê e toda família indiretamente, ainda há barreiras para o tratamento, que passa pelo custo, medo de expor o bebê ao tratamento medicamentoso, falta de interesse ou indisponibilidade de psicoterapia e estigma.