Ciência e tecnologia em prol da reprodução humana

Segundo especialista, cerca de 10% da população precisa utilizar técnicas de Reprodução Humana Assistida para engravidar.

O avanço da medicina e o auxílio de tecnologias estão abrindo portas para quem sonha com a gestação, mas enfrenta dificuldades para engravidar pelo método tradicional. Segundo pesquisa do Sistema Nacional de Reprodução de Embriões (SisEmbrio), o uso de técnicas de reprodução assistida vem crescendo no Brasil, e Minas Gerais ocupa o segundo lugar no congelamento de embriões para Reprodução Humana Assistida (RHA), atrás apenas de São Paulo.

Para a ginecologista e membro da diretoria da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig), Ines Katerina Cavallo Cruzeiro, cerca de 10% da população brasileira precisa utilizar alguma das técnicas de RHA para conseguir engravidar. “As mulheres estão priorizando os estudos e a carreira. Essa mudança no comportamento social interfere diretamente na gestação, aumentando o número de mulheres que têm gravidez tardia, a partir dos 35 anos”. 

Segundo a médica, antes de buscar atendimento em clínicas especializadas, a mulher deve procurar um médico ginecologista e preparar o corpo para a gestação. “Há algumas recomendações, como os exames pré-concepcionais e o uso de ácido fólico para evitar má formação do sistema nervoso central. Com os resultados clínicos favoráveis, a paciente poderá ser encaminhada para o serviço especializado.”

Ines acrescenta que uma mulher é considerada infértil depois de 12 meses tentando engravidar por via natural sem sucesso. Caso a paciente tenha idade avançada e problemas pré-existentes, o ideal é que ela procure uma clínica de reprodução assistida após seis meses de tentativa sem sucesso.

Ainda de acordo com a médica, independentemente do procedimento adotado, manter uma dieta balanceada e fazer atividade física regularmente, tanto para o homem quanto para a mulher, têm impacto positivo na gestação.

Custo

No Brasil, há poucos programas que oferecem tratamento de RHA sem custos, mas a fila de espera pode chegar a sete anos. Diante desse cenário, muitos pacientes recorrem ao tratamento em clínicas particulares. Nesse caso, apenas os exames médicos têm cobertura dos planos de saúde e os procedimentos, com preços que variam conforme a técnica utilizada, são pagos pelos pacientes. A reprodução in vitro, por exemplo, tem custo médio de R$ 15 mil.