Câncer x Fertilidade

Pacientes podem congelar óvulos para evitar infertilidade

O tratamento de câncer pode causar infertilidade definitiva ou temporária, a depender do tipo da doença e do tratamento necessário. Para aquelas mulheres que sonham com a maternidade, a 3ª turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, que o congelamento dos óvulos faz parte da reabilitação da paciente oncológica. O serviço deverá ser contemplado pelas operadoras de plano de saúde até o término do tratamento, cabendo à paciente a manutenção do serviço, prestado por clínicas de reprodução assistida.

A médica e membro da diretoria da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig), Ines Katerina D. Cavallo Cruzeiro, ressalta que não existe uma única regra que relaciona o câncer e seu tratamento com o risco de perder a capacidade reprodutiva, depende do tipo de câncer, qual tratamento será realizado, idade da mulher, entre outros. “Há uma série de fatores que podem determinar se o risco é alto ou baixo. Diante disso, cabe ao médico responsável pelo tratamento analisar os riscos e informar a paciente”.

Ines ressalta que o processo de criopreservação dos óvulos dura aproximadamente duas semanas e a mulher, juntamente com a  equipe médica envolvida no seu acompanhamento, deve analisar se esse prazo não irá impactar no tratamento do câncer. Optando pelo congelamento, o material pode ficar armazenado por tempo indeterminado, e o grau de sucesso do procedimento vai depender da qualidade dos óvulos no momento da retirada, havendo relação com a idade da paciente.