A menopausa é um período que preocupa grande parte das mulheres. Afinal, são muitos os mitos a respeito desse momento. Por ser um evento inevitável, é importante que a mulher entenda que os sintomas não devem ser temidos, pois podem ser tratados.

Na leitura a seguir, separamos algumas informações sobre a menopausa, como os principais mitos entre as mulheres e as abordagens para tratar os sintomas. Continue conosco para conferir!

Fisiologia da menopausa

Conforme as mulheres vão envelhecendo, os ovários diminuem a produção hormonal e a reserva de óvulos. A elevação do FSH e LH (gonadotrofinas produzidas pela hipófise) ocorre na tentativa de fazer com que os ovários voltem a funcionar. Essa alteração nos níveis hormonais pode ser variável por um período, chamado climatério, e é responsável pelas fases foliculares mais curtas, diminuição da ovulação e redução na produção do estradiol e da progesterona.

Durante esse período de transição para a menopausa, ocorrem episódios de ovulação dupla e fora de fase, formando um folículo prematuramente devido à elevação do FSH na fase lútea. Desse modo, pode acontecer dos níveis de estradiol ficarem acima do normal.

Consequentemente, o número de folículos diminui com o passar do tempo, os folículos restantes não apresentam resposta, e os ovários diminuem a produção de estradiol. Além disso, o nível de estrogênio total baixa gradualmente e a estrona substitui o estradiol.

Os níveis mais baixos do estrogênio inibe a liberação do LH e FSH na hipófise, o que resulta no aumento dos níveis desses hormônios circulantes. Na vagina, as células superficiais são perdidas, deixando o pH alcalino, o que resulta na diminuição dos lactobacilos e aumento de bactérias patogênicas, elevando o risco para infecções.

Mitos e verdades sobre a menopausa

A menopausa costuma ser vista como um grande fardo principalmente pelos mitos e conceitos errôneos que perduram. Por esse motivo, é muito importante que a orientação sobre a menopausa e seus sintomas ocorra antes mesmo da sua chegada na vida da mulher. Confira os 3 principais mitos que devem ser desmistificados sobre a menopausa.

1. A menopausa começa quando a menstruação para

Muitas mulheres acreditam que a menopausa se inicia logo após o fim permanente das menstruações. Desse modo, é necessário esclarecer que esse período só é diagnosticado quando a mulher está há 1 ano sem menstruar.

Devido a ocorrência dos sintomas como fogachos e mudanças de humor ainda na perimenopausa, a mulher acredita que já está na menopausa. Portanto, o médico deve instruí-la sobre o tempo de transição que a antecede.

2. Os fogachos são os únicos sintomas

Outro mito é que as ondas de calor são os únicos sintomas, visto que ocorrem em 75% das mulheres durante a perimenopausa. É comum que sintomas como dificuldades para dormir, alterações no humor, esquecimento e alterações vaginais, como ressecamento, não sejam associados.

3. A libido diminui por causa da menopausa

É natural que a libido diminua de acordo com o envelhecimento. No entanto, muitas mulheres acreditam que a menopausa é o único fator que afeta o desejo sexual. Não há informações definitivas que relacionem a idade ou as alterações hormonais. Além disso, o ressecamento vaginal, sintoma da menopausa, pode ser o causador do problema. Quando tratado, a mulher pode relatar melhora na libido.

Abordagem e tratamento dos sintomas na mulher na menopausa

A abordagem no tratamento da menopausa visa aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida da mulher. Além disso, a prevenção da perda óssea deve ser considerada. Assim, o médico deve discutir com a paciente as causas da menopausa, seus principais sinais, sintomas e apresentar as formas de tratamento.

Desse modo, é possível construir um canal de comunicação em que a mulher sinta-se segura e confiante para tirar dúvidas, esclarecer medos e relatar suas angústias. Com isso estabelecido, é o momento de avaliar as principais alternativas usadas no alívio dos sintomas: mudanças no estilo de vida, terapia medicamentosa e terapia hormonal.

Mudanças no estilo de vida

As mudanças no estilo de vida contribuem para que a paciente tenha qualidade de vida e melhore o bem-estar antes, durante e após a menopausa. Alternativas que auxiliem a eliminar o desconforto dos fogachos e outros sintomas devem ser inseridas na rotina da mulher.

Do mesmo modo, a prescrição de lubrificantes e cremes vaginais que ajudem a aliviar o ressecamento, melhorando a vida sexual e preservando sua função vaginal. Exercícios físicos também devem ser adotados como novo hábito, assim como técnicas de relaxamento que contribuam para diminuir o estresse e melhorar a qualidade de sono.

Fármacos neuroativos

Os medicamentos neuroativos apresentam eficácia na redução de fogachos. Entre eles estão os inibidores seletivos da recaptação da serotonina, inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina, e gabapentina. No entanto, ainda mostram-se menos eficazes que a terapia hormonal.

Terapia hormonal

Diante do tratamento dos sintomas da menopausa, a terapia hormonal é o método mais utilizado por sua eficácia. O uso de estrogênio, um progestágeno, ou ambos associados é indicado para aliviar as ondas de calor e também melhorar a atrofia vulvovaginal.

A terapia hormonal como abordagem contribui melhorando a qualidade de vida. Contudo, não apresenta esse efeito em mulheres assintomáticas. Portanto, não deve ser indicada rotineiramente em mulheres que estão no período pós-menopausa.

Neste conteúdo você pôde conferir os principais mitos acerca da menopausa. Além disso, relembramos as principais abordagens que devem ser usadas para o tratamento dessas mulheres, além da importância de instruí-las a respeito dos reais sintomas desse momento pós-período fértil.

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