Distribuição gratuita de absorventes

Médica explica os benefícios da iniciativa que visa auxiliar mulheres em situação de vulnerabilidade social.

Mulheres em idade fértil, que vivem em situação de vulnerabilidade e estão cadastradas no Cadastro Único do Governo Federal têm, desde janeiro, acesso gratuito a absorventes, que podem ser retirados nos estabelecimentos credenciados ao Programa Farmácia Popular.

De acordo com a médica Renata Diniz, membro da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig), essa iniciativa pública representa uma contribuição significativa para a melhoria da qualidade de vida de aproximadamente 15 milhões de brasileiras que, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), não têm acesso aos produtos adequados para a higiene menstrual.

“As mulheres que não têm acesso a absorventes ou coletores menstruais utilizam outros recursos para conter o fluxo, como papéis, panos, jornais e até miolo de pão. Isso pode ocasionar irritações, alergias, infecções urinárias, vaginais e uterinas.”

Além da contribuição para a saúde física, o fator social, segundo a médica, também precisa ser levado em consideração: “sem esses itens de higiene menstrual, as adolescentes e adultas deixam de brincar, abandonam a escola, faltam ao emprego, tornam-se reclusas, o que gera um enorme impacto em suas vidas”.

POBREZA MENSTRUAL

Segundo a ONU, a pobreza menstrual é um problema de saúde pública e de direitos humanos, a partir da ausência de condições adequadas para a higiene menstrual. Essa condição afeta mulheres que vivem abaixo da linha da pobreza e que fazem parte do sistema carcerário.