Dengue: panorama, sintomas e a atenção especial na gravidez

A Dengue é uma doença que tem preocupado profissionais da saúde no país inteiro e o aumento de casos da doença só piora esse cenário. 

De acordo com informações do painel de atualização de casos de arboviroses do Ministério da Saúde, até o momento já são 364.855 casos prováveis de Dengue no Brasil. Os dados estão atualizados até 7 de fevereiro de 2024. 

O mesmo relatório aponta que desses casos prováveis, 54,8% é de mulheres, o que reforça um dos pontos que vamos abordar neste post, que é o risco da doença em gestantes. 

Continue a leitura e saiba mais!

O que é Dengue?

A dengue é uma doença viral transmitida aos seres humanos principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado. É causada por um dos quatro tipos do vírus da dengue (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4), pertencentes à família Flaviviridae.

Em casos mais graves, a dengue pode levar a complicações graves, como dengue grave ou dengue hemorrágica, que podem ser fatais se não tratadas adequadamente.

Período de maior incidência da doença

Esta é uma informação que talvez poucos saibam, mas há um período em que a incidência da doença é maior, que é entre novembro e maio. 

Acontece que durante o período que compreende esses meses, as chuvas podem ocorrer com maior frequência e, consequentemente, o acúmulo de água parada. 

Água parada, como todos sabem, é um risco para a proliferação do mosquito da Dengue e, como causa, maior disseminação da doença. 

Outro ponto a destacar, e atenção porque esta informação é de extrema importância, é que os ovos do mosquito da Dengue podem sobreviver por um ano no ambiente em que se desenvolveram. 

Os sintomas da Dengue em casos graves

Fique sempre atento aos sintomas descritos abaixo, eles podem indicar o nível grave da doença:

  • febre alta, geralmente acima de 38 graus;
  • dor atrás dos olhos e nas articulações;
  • manchas vermelhas no corpo, semelhantes a uma erupção cutânea;
  • dor abdominal intensa;
  • vômitos persistentes;
  • sangramento de mucosas, como gengivas ou nariz;
  • inchaço no corpo, especialmente nas mãos e nos pés.

É importante notar que nem todas as pessoas infectadas com o vírus da dengue apresentarão todos esses sintomas, e a gravidade dos sintomas pode variar de pessoa para pessoa. 

Em casos graves, a dengue pode levar a complicações potencialmente fatais, como dengue grave ou dengue hemorrágica. 

Se você apresentar sintomas de dengue, é importante procurar atendimento médico imediatamente, para diagnóstico e tratamento. Você pode procurar um serviço de saúde oferecido pelo SUS.

O tratamento

Não há tratamento específico para a dengue, e os cuidados médicos geralmente se concentram no alívio dos sintomas. 

Para casos leves, são recomendados os seguintes cuidados:

  • repouso relativo, enquanto durar a febre;
  • ingestão de bastante líquidos;
  • uso de paracetamol em caso de dor ou febre;
  • não usar ácido salicílico AAS;
  • procurar serviço de saúde em casos de alarme.

Para casos mais graves, conforme indicamos na seção dos sintomas, procure imediatamente o serviço de saúde. 

O risco da Dengue para gestantes

Todas as faixas etárias são igualmente susceptíveis à dengue. No entanto, gestantes precisam ter cuidado redobrado, já que o risco de a doença evoluir para o quadro mais grave da doença, a dengue hemorrágica, é 5,4 vezes maior do que em outras pessoas. 

Nesses casos, há um risco aumentado de abortamento, do nascimento de bebês com baixo peso e também da morte da mãe. Quando falamos em redobrar a atenção e os cuidados com a prevenção, nos referimos a estatísticas: a dengue na gravidez tem o triplo da chance de levar à morte e, se for do tipo hemorrágico, essa chance pode ser 450 vezes maior.

Em relação à doença causar malformações fetais, não há comprovação de que isso aconteça. Já a via de parto e a amamentação normalmente são liberadas para as gestantes e nutrizes infectadas.

Aqui, mais um ponto merece atenção: a vacina da Dengue não deve ser usada durante a gestação. 

A prevenção contra a Dengue

A prevenção da dengue envolve principalmente a eliminação de criadouros de mosquitos em torno das residências, o uso de repelentes e a proteção contra picadas de mosquito.

Recomenda-se as seguintes medidas de proteção individual:

 

  • proteger as áreas do corpo que o mosquito possa picar, com uso  de calças e blusas de manga longa;
  • usar repelentes à base de “Icaridina” nas partes expostas do corpo, evitando olhos, boca e nariz. Também pode ser aplicado sobre as roupas;
  • utilizar mosquiteiros sobre a cama, uso de telas em portas e janelas e, quando disponível, ar-condicionado.

Como prevenção geral, tenha os seguintes cuidados:

1. Elimine água parada

Certifique-se de não deixar água parada em recipientes como vasos de plantas, pneus velhos, garrafas vazias e outros objetos que possam acumular água, pois esses locais são potenciais criadouros do mosquito Aedes aegypti.

2. Mantenha caixas d’água e cisternas vedadas

É importante manter as caixas d’água e cisternas devidamente vedadas para evitar a entrada de mosquitos.

3. Limpe regularmente calhas e ralos

Calhas entupidas e ralos sujos podem acumular água parada, tornando-se locais propícios para a reprodução do mosquito.

4. Tratamento de água de piscinas

Mantenha a água das piscinas tratada com cloro e em movimento, para evitar a proliferação de larvas de mosquito.

5. Descarte corretamente o lixo

Descarte o lixo em locais adequados e mantenha as lixeiras sempre tampadas para evitar o acúmulo de água e a proliferação de mosquitos.

A prevenção e o controle da doença são fundamentais para reduzir sua incidência e minimizar o impacto na saúde pública. A eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, o uso de medidas de proteção individual e a conscientização da população sobre a importância dessas medidas são essenciais para combater a dengue. 

Além disso, a colaboração entre governos, comunidades e profissionais de saúde é crucial para implementar estratégias eficazes de prevenção e controle da doença. 

Ao trabalharmos juntos e adotarmos medidas preventivas, podemos reduzir significativamente o impacto da dengue em nossas comunidades e proteger a saúde de todos.