Pólipos endometriais na prática do ginecologista
Os pólipos endometriais são extremamente comuns na prática clínica diária do ginecologista. Trata-se de uma neoplasia endometrial intrauterina focal que pode ser única ou múltipla, variar de poucos milímetros a vários centímetros e formar uma projeção séssil ou pediculada.
É difícil estabelecer a prevalência de pólipos endometriais, pois alguns pólipos são assintomáticos. Entre os pólipos clinicamente identificados ou em pacientes com sangramento anormal a prevalência varia de 6 a 24%. Infertilidade e subfertilidade têm sido associados aos pólipos endometriais não tratados, em estudos de nível I de evidência e em revisões Cochrane.
Fatores de risco para o desenvolvimento de pólipos endometriais
Os fatores de risco para o desenvolvimento de pólipos são:
- Aumento da idade;
- Hipertensão;
- Obesidade;
- hiperestrogenismo e uso de tamoxifeno.
A abordagem diagnóstica inicial é o US endovaginal com melhores resultados se acrescidos da dopplerfluxometria e do ultrassom 3D. A histerossalpingografia tem baixa sensibilidade e não deve ser utilizada com objetivo de evidenciar pólipos. A biópsia da lesão guiada por histeroscopia oferece a maior sensibilidade e especificidade e é a modalidade mais comumente utilizada para o diagnóstico definitivo de pólipos.
Grande parte dos pólipos endometriais são benignos
A grande maioria dos pólipos são benignos. Os pólipos malignos são mais frequentes na pós menopausa, em pacientes com sangramento uterino anormal e em uso de tamoxifeno. A prevalência de malignidade em pólipos na pós-menopausa varia de 3,4% a 4,9% e em mulheres na pré-menopausa é de 1,1 %.
Tratamento
A polipectomia histeroscópica é o tratamento de escolha para a maioria dos pólipos endometriais. Os instrumentos histeroscópicos que podem ser usados para remover um pólipo incluem:
- pinças de apreensão;
- microtesouras;
- alça eletrocirúrgica (ressectoscópio).
- energia bipolar.
O uso de alça de ressecção (ressectoscópio) com energia monopolar é o método mais utilizado no Brasil para o tratamento de pólipos endometriais.
A recorrência de pólipos benignos a longo prazo, após a polipectomia histeroscópica, é de cerca de 3-10%.
Para se aprofundar mais no assunto e consultar as referências, acesse a área restrita do sócio no site da SOGIMIG. Boa leitura!
*Posicionamento SOGIMIG – Comitê de Cirurgia e Endoscopia Ginecológica