Vacina anticovid: grávidas podem tomar?

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A Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) emitiu um alerta para que o Brasil e outros países da América priorizem a vacina anticovid em gestantes e puérperas no final do ano passado.

Isso porque as grávidas e lactantes fazem parte dos grupos de risco para a Covid-19, apresentando maiores chances de complicações caso adoeçam, aumentando assim a importância da vacinação para essa população em geral.

Visto que os testes clínicos para a vacina anticovid não incluíram gestantes, muitas mulheres evitam a imunização. Da mesma forma, notícias sobre casos de complicações acabaram contribuindo para a diminuição dessa população nas campanhas de vacinação. 

Mas, afinal, a vacina anticovid é segura para gestantes? Continue a leitura conosco para saber tudo sobre esse assunto!

Grávidas podem tomar vacina anticovid?

Sim. Após a aprovação da vacina anticovid pela Agência Nacional de Saúde (ANVISA) a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) emitiu uma recomendação ao uso das vacinas em gestantes e lactantes no Brasil.

O objetivo da vacina anticovid é reduzir a morbimortalidade causada pelo novo coronavírus, assim como a manutenção do funcionamento da força de trabalho dos serviços de saúde e a manutenção do funcionamento dos serviços essenciais, de acordo com o Ministério da Saúde. 

Contudo, a Febrasgo também recomenda:

  • A segurança e eficácia das vacinas não foram avaliadas em gestantes e lactantes, entretanto, estudos em animais não demonstraram risco de malformações;
  • Para as gestantes e lactantes pertencentes ao grupo de risco, a vacinação poderá ser realizada após avaliação dos riscos e benefícios em decisão compartilhada entre a mulher e seu médico prescritor;
  • As gestantes e lactantes devem ser informadas sobre os dados de eficácia e segurança das vacinas conhecidas, assim como os dados ainda não disponíveis; 
  • A decisão entre o médico e a paciente deve considerar: o nível de potencial contaminação do vírus na comunidade; a potencial eficácia da vacina; o risco e a potencial gravidade da doença materna, incluindo os efeitos no feto e no recém-nascido e a segurança da vacina para o binômio materno-fetal;
  • O teste de gravidez não deve ser um pré-requisito para a administração das vacinas nas mulheres com potencial para engravidar e que se encontram em condições de risco;
  • As gestantes e lactantes do grupo de risco que não concordarem em serem vacinadas, devem ser apoiadas em sua decisão e instruídas a manter medidas de proteção como higiene das mãos, uso de máscaras e distanciamento social;
  • Os eventos adversos esperados devem ser monitorados;
  • As vacinas não são vírus vivos com tecnologia conhecida e usada em outras vacinas que já fazem parte do calendário das gestantes como as vacinas do tétano, coqueluche e influenza.

Como funciona o esquema vacinal anticovid para gestantes?

O esquema vacinal para gestantes permite que a vacina anticovid seja realizada a qualquer momento da gestação. Puérperas e lactantes podem receber a imunização com segurança, sem a necessidade de interrupção do aleitamento materno.

No entanto, é necessário respeitar o intervalo de 14 dias entre a administração da vacina anticovid e outra presente no calendário de imunização, como a de influenza ou hepatite, por exemplo. A Febrasgo também recomenda que gestantes e puérperas recebam a dose de reforço da vacina anticovid.

Qual a melhor vacina anticovid para grávidas?

As vacinas disponibilizadas às gestantes são consideradas de categoria B, ou seja, produzidas por meio de vírus inativado, vetor viral ou mRNA. Algumas dessas vacinas são desenvolvidas com tecnologias semelhantes às oferecidas atualmente a gestantes e puérperas no Plano Nacional de Imunização (PNI), como a vacina da gripe. Isso porque, de acordo com diversos estudos científicos, são as mais seguras para esse público.

A Febrasgo e PNI recomendam que gestantes e puérperas recebam as duas doses da vacina anticovid da Pfizer [mRNA], e em locais que não estiver disponível esse imunizante, recebam o de vírus inativado, (Coronavac). Além disso, os órgãos também contraindicam a vacinação com imunizantes de vetor viral (AstraZeneca e Janssen) para esse público. As doses de reforço devem ser realizadas também por vacinas aprovadas para gestantes, como a Pfizer e a Coronavac.

Posso ter efeitos colaterais?

As vacinas destinadas para gestantes podem apresentar leves efeitos colaterais, sendo também de curta duração, como dores musculares ou mesmo febre por até 2 dias. Até o momento, não existem evidências de eventos adversos graves em gestantes e puérperas que sejam originados da vacina anticovid.

A importância da vacina anticovid em gestantes

Entre as gestantes e puérperas, o risco para a SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), decorrente de infecção pelo novo coronavírus, está associado de forma elevada à morbidade e mortalidade materna, além do maior risco de prematuridade.

Além disso, dois estudos de caso publicados em revistas científicas demonstraram que bebês de gestantes que receberam imunização pela Coronavac, apresentaram anticorpos contra o SARS-CoV-2, vírus responsável pela Covid-19. Dessa forma, os bebês nasceram com imunização contra a doença.

Um estudo publicado na revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical e realizado por cientistas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), relatou que um recém-nascido também desenvolveu anticorpos contra o SARS-CoV-2 depois que a mãe foi vacinada pela Coronavac na 34ª e na 37ª semana de gestação. De acordo com os pesquisadores, a vacina proporciona aumento nos anticorpos totais da gestante e, consequentemente, oferece imunidade ao feto.

Agora que você sabe a importância da vacina anticovid para gestantes e quais são destinadas a esse público, caso esteja grávida, não deixe de receber a imunização, protegendo sua saúde e também a de seu bebê!

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