Osteoporose: fatores de risco e diagnóstico
A osteoporose é um problema de saúde que pode afetar 1 a cada 4 mulheres acima dos 50 anos, segundo dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Mais comum entre mulheres após a menopausa, a doença atinge cerca de 10 milhões de brasileiros, provocando fragilidade óssea. Essa condição aumenta o risco de fraturas. Quer saber mais sobre os fatores de risco e diagnóstico da osteoporose? Continue a leitura conosco!
O que é osteoporose?
A osteoporose consiste em uma doença esquelética sistêmica que tem como característica a baixa massa óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, apresentando como consequência a fragilidade óssea e suscetibilidade a fraturas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a osteoporose como uma condição em que a densidade mineral óssea é igual ou inferior a 2,5 desvios padrão abaixo do pico de massa óssea de um adulto jovem.
Quais os fatores de risco?
Na menopausa, o padrão osteometabólico (que afetam o metabolismo ósseo) se caracteriza por intensa formação e reabsorção óssea, configurando o quadro de alto turnover ósseo (processo de reabsorção e formação de tecido ósseo).
O metabolismo ósseo da paciente idosa, em geral com mais de 75 anos, tende a seguir um padrão de baixo turnover ósseo em virtude da baixa taxa de formação e reabsorção óssea, comum a essa fase da vida.
Independentemente do alto ou baixo turnover ósseo, cerca de 10% de todo o esqueleto se renovam anualmente, independente da idade da paciente. Essa renovação é necessária para substituir o tecido ósseo, protegendo o esqueleto da evolução de micro para macrofraturas.
O pico de massa óssea ocorre quando o crescimento volumétrico dos ossos e sua mineralização se encontram estabilizados, valendo ressaltar que os diferentes locais do esqueleto atingem a maturidade em tempos variados.
A formação supera a reabsorção até os 25 anos de idade, quando o ser humano atinge, em média, o pico de massa óssea. A partir dessa idade, a formação e a reabsorção óssea se equilibram e a densidade óssea se mantém constante.
Ao se aproximar a menopausa, essa reabsorção se intensifica e a massa declina de modo mais acentuado até a senilidade, momento em que a velocidade de perda óssea se mantém, porém com menos intensidade do que a perda evidenciada próximo à menopausa.
Além do risco atribuível à densidade óssea e à menopausa, existem fatores de risco que, por serem independentes da densitometria óssea, são obrigatoriamente investigados pelo médico na avaliação da paciente com osteoporose. As fraturas por fragilidade óssea constituem o fator de risco mais importante na estimativa de risco de futuras fraturas.
Gênero
A osteoporose é mais frequente em mulheres, e o risco de ocorrer fratura osteoporótica em uma mulher de 50 anos de idade durante seu tempo remanescente de vida é de 30% e 40%. No homem, o risco é estimado em 13% a 25%.
De acordo com dados populacionais, a densitometria óssea é maior em homens. As variações no risco de fratura entre homens e mulheres são decorrentes não apenas das diferenças nessa densidade, mas também na geometria e resistência ósseas.
Apesar de mais comuns em mulheres, os homens tendem a apresentar pior resultado após tais fraturas exibindo taxas maiores de complicações e mortalidade excedentes no primeiro ano após lesão óssea.
Etnia
Diferenças raciais na incidência da osteoporose são resultantes de variações na densitometria óssea, nos índices de fratura e nos fatores genéticos. Mulheres brancas com massa óssea acima da média apresentam resultados mais elevados de densitometria óssea do que os verificados em homens negros com massa óssea abaixo da média.
História familiar
Os fatores determinantes do pico de massa óssea podem ser hereditários ou ambientais. O pico de massa óssea, adquirido na idade adulta, é determinado em torno de 80% por fatores genéticos.
Um dos fatores de risco mais importantes para a doença, a história familiar de osteoporose se torna mais relevante quando a paciente têm parentes de primeiro grau com fraturas de fêmur por fragilidade. As filhas de mulheres osteoporóticas apresentam risco maior para fraturas por fragilidade.
Medicamentos corticoides
O risco de fratura é significativamente maior no grupo de usuários de corticoide, independentemente da massa óssea medida. Os corticoides inalatórios causam menos impacto no risco de fraturas do que os orais. Uma dose diária de prednisona 25mg por mais de 3 meses implica aumento significativo do risco de fraturas.
Inibidores de aromatase e quimioterapêuticos
Os inibidores da enzima aromatase e outros agentes com efeito hormonal negativo têm impacto sobre a massa óssea. Em todos os casos é recomendável a avaliação dessa massa.
Condições clínicas
Entre as condições clínicas que representam fatores de risco para a doença estão o hiperparatireoidismo (hiperatividade das glândulas paratireoides), hipercalciúria (aumento da excreção de cálcio na urina), hipovitaminose D (deficiência de vitamina D), cirurgias disabsortivas ( cirurgias que alteram o tamanho e a capacidade do estômago em receber alimentos) e hipoestrogenismo (baixa nos níveis de estrogênio).
Como é o diagnóstico da osteoporose?
As possíveis causas e a real extensão da doença são pesquisadas pelo médico antes de ser iniciado o tratamento. Além disso, é possível reavaliar esses fatores até mesmo no curso de qualquer tratamento.
Exame físico
Ao exame físico, o médico pode identificar a presença de hipercifose torácica ou redução da estatura sugere o achatamento de corpos vertebrais. A redução da estatura pode agravar condições como refluxo gastroesofágico, redução da capacidade ventilatória, deslocamento do centro de gravidade e propensão a quedas, constipação intestinal, dor e limitação para o desempenho das atividades diárias.
Radiografia
Estima-se a necessidade de mais de 30% de perda de massa óssea para que a alteração visual seja perceptível à radiografia convencional. A radiografia é útil para o diagnóstico de fraturas de corpos vertebrais. Contudo, não é capaz de estimar com precisão o risco de fratura.
Tomografia computadorizada
Exames de imagem complementares são úteis para o estudo em caso de suspeita de neoplasia, artrose e outras alterações não evidenciáveis pela radiografia convencional. A aplicação de tais métodos depende de indicação específica.
A tomografia computadorizada não é recomendável como método de rastreio populacional da osteoporose em virtude da alta dose de raios X. A análise de tomografias obtidas com outra finalidade diagnóstica pode ser uma maneira de se contornar a questão referente à dose emitida.
Ultrassonometria óssea
A ultrassonometria óssea mede a velocidade de propagação da onda sonora através do tecido ósseo. Sua aplicação fica restrita às extremidades. Por isso, limita-se ao diagnóstico e é inadequada para a monitorização evolutiva da massa óssea.
Exames bioquímicos
Os exames bioquímicos são uma rotina básica para estudo da osteoporose. Outros exames podem ser solicitados em caso de alteração dos testes de rotina ou de suspeita clínica específica, como cortisol urinário, dosagens de hormônios sexuais, cintilografia óssea, pesquisa de gordura nas fezes, anticorpos, antitransglutaminase e biópsia óssea.
Densitometria óssea
A densitometria óssea é um exame não invasivo com dose de radiação 200 vezes inferior à mamografia convencional, que mede a massa óssea a partir da atenuação do feixe de raios X.
Pode ser realizada na coluna, no fêmur, no antebraço ou no corpo inteiro. Considerado o padrão-ouro para o diagnóstico de osteoporose, o método é útil também para o monitoramento evolutivo da massa óssea.
A osteoporose é uma doença que pode evoluir para complicações graves, como lesões e prostração. Por isso, é importante que a condição seja diagnosticada ainda no início, proporcionando à paciente a chance do tratamento precoce e controle da doença.
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