Como é o tratamento da osteoporose, condição que afeta especialmente mulheres na menopausa

 

O tratamento da osteoporose, doença esquelética sistêmica caracterizada por baixa massa óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, permite evitar o aumento da fragilidade óssea e suscetibilidade de fraturas.

Após atingir o pico de massa óssea durante a vida, é natural que os indivíduos iniciem uma perda que varia de 0,3% a 0,5% de sua massa óssea a cada ano. Em mulheres na pós-menopausa, ocorre uma diminuição acelerada da massa óssea que pode ser até 10 vezes maior do que a observada no período de pré-menopausa. 

Por isso, o tratamento adequado é fundamental para evitar fraturas que muitas vezes estão associadas à mortalidade. Continue a leitura para conhecer mais sobre as fraturas frequentes na menopausa e como a doença é tratada.

O que é cálculo de risco de fraturas?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a International Osteoporosis Foundation (IOF) desenvolveram, em conjunto com a Universidade de Sheffield, Reino Unido, um algoritmo que reúne fatores de risco e aponta para a custo-efetividade do tratamento para determinado paciente, expressa por meio do risco percentual de fratura em 10 anos. O método, disponível gratuitamente na Internet, pode ser usado em locais onde a densitometria óssea não está disponível. 

A ferramenta de cálculo de risco, chamada de FRAX®, foi desenvolvida a partir de 11 estudos prospectivos populacionais internacionais e incorpora dados estatísticos de populações específicas, como é o caso do Brasil e de outros países da América Latina. Diferentemente da densitometria, que exprime o risco relativo de fraturas osteoporóticas, esse algoritmo calcula o risco absoluto da fratura ocorrer em 10 anos. 

Quais as principais fraturas causadas pela osteoporose?

As fraturas osteoporóticas mais comuns são as de corpos vertebrais (achatamento), do antebraço distal e as de fêmur proximal. As vértebras são as fraturas osteoporóticas mais comuns, mas apenas 30% das detectadas à radiografia são diagnosticadas clinicamente. 

O risco de novas fraturas osteoporóticas aumenta na vigência de fraturas vertebrais preexistentes. O diagnóstico dessas fraturas pode ser estabelecido por meio de radiografia simples de coluna em perfil.

Já as fraturas de antebraço implicam menor morbimortalidade, mas podem cursar com artrose, hipomobilidade do punho e/ou distrofia simpático-reflexa do membro fraturado. A presença de fratura de antebraço  aumenta o risco de todas as demais lesões osteoporóticas.

As fraturas de fêmur são as mais letais em razão de suas complicações intra e pós-operatórias. São mais frequentes do que as de antebraço a partir dos 70 anos. A mortalidade no primeiro ano após a fratura pode chegar a 20% em pacientes com mais de 80 anos de idade.

Como é o tratamento da osteoporose?

O tratamento da osteoporose pode ser farmacológico ou comportamental. No tratamento farmacológico, os agentes terapêuticos podem ser agrupados a partir de seus mecanismos de ação. Ou seja, antirreabsortivos e anabolizantes. 

Diversas organizações internacionais recomendam tratamento da osteoporose densitométrica (T-score -2,5DP). Algumas recomendam tratamento também para os pacientes com osteopenia (perda gradual de massa óssea) densitométrica (T-score entre -1,0 e −2,5DP), nos quais existam outros fatores de risco para osteoporose, como tabagismo, baixo peso, uso de corticoide, menopausa, história familiar e fratura osteoporótica prévia.

Cálcio alimentar e suplementar

A dose diária total de cálcio recomendada na idade adulta é da ordem de 1.000 a 1.200mg ao dia. Uma porção de 250mL de leite de vaca contém aproximadamente 250mg de cálcio. Seus derivados apresentam diferenças no conteúdo de cálcio de acordo com o processo empregado. A dose diária de cálcio suplementar depende da dieta basal do paciente, podendo variar de 500 a 1.000mg/dia. 

Vitamina D

Derivada do colesterol, a vitamina D apresenta receptores espalhados por todo o corpo e sofre ativação hepática e renal, além de atuar no núcleo celular. Apesar de conhecida como vitamina, suas funções e estrutura poderiam ser atribuídas a um autêntico hormônio esteroide.

O tempo de exposição solar necessário para manutenção dos níveis de vitamina D é de aproximadamente 10 minutos diários, no sol forte (entre as 10 e as 14 horas), considerando uma superfície de exposição mínima de 18%, quatro a cinco vezes por semana.

Os riscos dermatológicos devem ser considerados, assim como o fato de a pele de indivíduos idosos não ser tão eficaz em sintetizar essa substância. O alfacalcidol e o calcitriol, formas ativas da vitamina D, são utilizados em casos específicos, quando há falência renal ou distúrbios das paratireoides.

Terapia hormonal (TH)

Recomenda-se a terapia hormonal com estrogênio e/ou progesterona para prevenção da osteoporose. A terapia produz tecido ósseo de qualidade, podendo ser útil quando há o desejo de se postergar o início do uso de bisfosfonatos. Nesse cenário, a terapia também produziu bom efeito para a redução do risco de fraturas tanto nos sítios esqueléticos vertebrais como nos não vertebrais.

SERM (moduladores seletivo dos receptores de estrógeno) 

Estudos evidenciaram a redução no risco de novas fraturas vertebrais em usuárias de raloxifeno. Contudo, a ocorrência de fogachos e o risco aumentado de tromboembolismo devem ser considerados quando se opta pelo raloxifeno, especialmente em torno dos 65 anos de idade.

Quando está indicada a terapia endócrina antiestrogênica, o tamoxifeno é o SERM de escolha. Entretanto, quando o foco é a osteoporose menopáusica, o raloxifeno é indicado desde que a osteoporose seja menopáusica e esteja presente somente na coluna vertebral.

Teriparatida ou PTH 1-34

A teriparatida é o único agente anabolizante registrado para o tratamento da osteoporose. O tempo máximo aprovado para o tratamento deve ser de 24 meses. A teriparatida mostrou sua eficácia na prevenção de fraturas vertebrais e não vertebrais.

Bisfosfonatos

Os bisfosfonatos merecem uma análise por sua importância histórica, sua aplicação em larga escala para o tratamento da osteoporose pós-menopáusica e por serem considerados a primeira linha do tear da osteoporose. A posologia cômoda e o baixo custo ajudaram a sua popularização. Um pequeno numero de pacientes pode apresentar fraturas atípicas e lesões mandibulares após 10 anos de uso. Portanto recomenda-se reavaliação da necessidade do tratamento após 5 anos de uso dos bifosfonatos.

O tratamento da osteoporose é feito individualmente, considerando a melhor alternativa para a diminuição da perda óssea e prevenção de fraturas. Desse modo, é possível minimizar riscos e melhorar a qualidade de vida da paciente. 

Gostou deste post? Então, confira também dicas para uma boa saúde sexual na terceira idade, incluindo opções de tratamento para a disfunção erétil e a secura vaginal!